sexta-feira, 17 de junho de 2016

O poema que fiz para deixar de chorar.

Eu não sei dizer,  qual a mais correta expressão:
Se é que 'o amor só existe para mim.'
Ou se é 'apenas para mim que ele não existe.' 
Mas sei que não posso lidar.
Com esse sentimento que me faz tão bem, ou tão mal.
Este que faz com que me sinta a pior e a melhor pessoa.
Sei que não quero lidar.
Com esse aperto e essa liberdade dentro do meu peito.
É tão latente e tão perturbador.
Em um momento tão assustada e em outro tão regojizada. 
Eu já não posso lidar. 
Nem solitária em meu quarto ou tampouco vibrando ao teu encontro.
Minha profundidade é a própria que me afoga. 

domingo, 4 de janeiro de 2015

untitled 07 ou "Resposta poetica para calar a falta que teu peso faz nos meus braços"

Tenho pensado em você - Ele diz.
E não sabe o peso que tais palavras tem, certamente.
Descem como uma mão certeira em meu rosto acordando-me de uma (ir)realidade a qual não deveria ter entrado.
Tenho pensado em você.
É minha resposta.
Mas respondo sem responder... enquanto meus cílios umedecem e a retina corre a tela, exasperada em um salto de desespero, esperando por mais sinais.
Nada.
Mas eu penso sim.
E quando fecho os olhos vejo-o, e na minha memória, os lábios tão maravilhosos guardam-me palavras de ódio e de amor.
Não sei o que sentir.
Tenho pensado em você.
Todos os dias.
Não há um só sequer em que eu não esbarre com alguém com o seu perfume.
Que ironia...
Nenhum deles cheira tão bem quanto você.
Talvez eu não tenha apenas pensado.
A minha derme a tempos desligada do arrepio pergunta-se se é o mesmo com você.
Em todos os dúbios que posso oferecer.
Sigo pensando..
O turbilhão não diminui e nem me desce o embolo da garganta.
Mas a resposta continua pendente,
Ainda que eu pense e repense a cada instante.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Hiatus

É com alegria que anuncio que este blog não receberá mais atualizações por tempo indeterminado.
Não o fecharei.
Mas ele ficará parado no tempo até que eu consiga tempo.
Espero voltar com novidades..
Obrigada pela atenção!

sexta-feira, 21 de março de 2014

untitled 06

Pequei.
Ousei imaginar que você fosse
Como eu.
Eu que,
Como uma caneta,
Uso você como a tinta para
Fazer nascer algo belo.
Mais que apenas o meio para;
Mas sim a única inspiração.
Entretanto, não
Você cria um reflexo do mundo
Torpe.
Bem como ele é.
Usá-me como uma borracha
E assim apaga tudo de
Lindo
Que eu e você
Vivemos
e
Viemos a ser.

quinta-feira, 20 de março de 2014

untitled 05

Canso de cansar.
E canso tantas vezes que
De fato
Por final
Encontro-me mais uma vez
Cansada.
O riso é fraco e já não vale muito.
E as pessoas são sempre tão desbotadas.
As paisagens, ou leitosas ou transparentes.
Nada chama a atenção.
Atividades perderam seus charmes;
Desde acender um cigarro
Até enterrar-me a têmpora uma bala.
O tempo é viscoso.
Escorre demasiado lento.
Tem costume de grudar e
Sua aparência causa-me náuseas.
Canso.
E canso de cansar!
Esgoto-me.
Rastejo.
Moribundo taciturno.
Canso até das linhas.
E das curvas de minha caligrafia.
Mais fácil ainda,
Canso de minha humanidade,
Que dirá então de tanta hipocrisia...

terça-feira, 18 de março de 2014

Nostalgia

Na minha idade e depois de tanta coisa..
É, posso dizer que sinto falta de alguém comigo.
Para em tardes preguiçosas aninhar meu corpo e brincar com o nariz alheio.
Para em noites quentes andar, molhando os pés em água salgada e poder reluzir a prata luz da Lua
Para os dias frios, ter a quem ceder meu calor e dividir cafés-com leite.
Talvez eu seja uma alma velha em um corpo novo.
E, tomada por um saudosismo do qual não posso dar conta, venha sofrendo com a jovialidade das pessoas que me circundam.
Tenho anseios desconexos.
Sinto falta de um sorriso especifico.
Queria desacelerar meu passo e caminhar em qualquer parque com aquele que amo.
Ou num rompante passar pela praça e rir dele alimentando os pombos.
Mesmo que eu não goste disso.
Ainda assim, caminhar até ele e sentar-me, completar a cena;
Assim como ele vem completando as minhas ao longo dos anos.
Entendo o fluxo do tempo;
Mas em meu âmago vivo uma nostalgia deslocada,
Sentindo falta daquilo que ainda não vivi.
Pressa.
Ah, pressa.
Uma sede.
Garganta arranhando.
Destoa totalmente da enxurrada de memórias construídas na minha mente.
E das reais, que ainda tem todas suas cores, tons e brilhos.
Cintilam tão claramente como os sons que dele guardo.
Voz, sussurro, riso frouxo e gargalhada resplandecente.
Tão intimo.
E juro não contar jamais que me ama tanto quanto eu tenho o amado por todo este tempo.
Juro jamais explanar o sofrer de esperar quando jamais admito esperá-lo.
Sobretudo guardar este amor,
Pois nenhuma outra luz me fez tão bem quanto a dele me faz.  

segunda-feira, 3 de março de 2014

Untitled 05 ou "Réplica Adocicada"

Querido, querido meu.
Talvez não venham nos brindar os anjos com a tez do sonho e, sendo assim, jamais me ajoelhe sob os olhos teus.
Não temo.
Pretendo mais os teus sorrisos
Que teus joelhos condenados.
Não dedos, nem promessas fugazes.
Lábios e carinhos,
Estes jamais efêmeros.
A promessa, antes de proferida, já está feita.
Quem sabe, quem poderia saber?
Talvez o amor realmente não exista.
Sendo da minha alçada...
Por ti e para ti eu o invento.