terça-feira, 18 de março de 2014

Nostalgia

Na minha idade e depois de tanta coisa..
É, posso dizer que sinto falta de alguém comigo.
Para em tardes preguiçosas aninhar meu corpo e brincar com o nariz alheio.
Para em noites quentes andar, molhando os pés em água salgada e poder reluzir a prata luz da Lua
Para os dias frios, ter a quem ceder meu calor e dividir cafés-com leite.
Talvez eu seja uma alma velha em um corpo novo.
E, tomada por um saudosismo do qual não posso dar conta, venha sofrendo com a jovialidade das pessoas que me circundam.
Tenho anseios desconexos.
Sinto falta de um sorriso especifico.
Queria desacelerar meu passo e caminhar em qualquer parque com aquele que amo.
Ou num rompante passar pela praça e rir dele alimentando os pombos.
Mesmo que eu não goste disso.
Ainda assim, caminhar até ele e sentar-me, completar a cena;
Assim como ele vem completando as minhas ao longo dos anos.
Entendo o fluxo do tempo;
Mas em meu âmago vivo uma nostalgia deslocada,
Sentindo falta daquilo que ainda não vivi.
Pressa.
Ah, pressa.
Uma sede.
Garganta arranhando.
Destoa totalmente da enxurrada de memórias construídas na minha mente.
E das reais, que ainda tem todas suas cores, tons e brilhos.
Cintilam tão claramente como os sons que dele guardo.
Voz, sussurro, riso frouxo e gargalhada resplandecente.
Tão intimo.
E juro não contar jamais que me ama tanto quanto eu tenho o amado por todo este tempo.
Juro jamais explanar o sofrer de esperar quando jamais admito esperá-lo.
Sobretudo guardar este amor,
Pois nenhuma outra luz me fez tão bem quanto a dele me faz.  

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