quinta-feira, 20 de março de 2014

untitled 05

Canso de cansar.
E canso tantas vezes que
De fato
Por final
Encontro-me mais uma vez
Cansada.
O riso é fraco e já não vale muito.
E as pessoas são sempre tão desbotadas.
As paisagens, ou leitosas ou transparentes.
Nada chama a atenção.
Atividades perderam seus charmes;
Desde acender um cigarro
Até enterrar-me a têmpora uma bala.
O tempo é viscoso.
Escorre demasiado lento.
Tem costume de grudar e
Sua aparência causa-me náuseas.
Canso.
E canso de cansar!
Esgoto-me.
Rastejo.
Moribundo taciturno.
Canso até das linhas.
E das curvas de minha caligrafia.
Mais fácil ainda,
Canso de minha humanidade,
Que dirá então de tanta hipocrisia...

Um comentário: